Passivos ambientais da antiga Rigesa são questionados pelos vereadores

 

Os vereadores discutiram, na sessão desta terça-feira (7), os passivos ambientais que serão deixados pela WestRock (antiga Rigesa) depois que a indústria for transferida para a cidade de Porto Feliz, conforme anunciado pela direção da empresa no mês passado. Um requerimento apresentado pelo vereador Franklin (PSDB), que recebeu a assinatura de outros parlamentares, pede informações da Prefeitura sobre o que será feito com áreas que receberam rejeitos industriais na região central e em uma fazenda próxima ao bairro Parque Portugal.

 

O vereador afirmou que o fechamento da Rigesa, além de trazer prejuízos ao município com o fechamento de vagas de emprego, pode deixar como herança áreas contaminadas. “Quem vai cuidar do passivo ambiental que a Rigesa vai deixar para Valinhos? Quem vai cuidar das cinco lagoas de tratamento de efluentes que ela vai deixar para nós como recurso maldito, já que a responsabilidade é dela?”, questionou.

 

O vereador Henrique Conti (PV) informou que durante anos a empresa despejou grande quantidade de lixívia, um resíduo usado na fabricação de celulose e papel, na Fazenda Contendas, na região do Parque Portugal. Ele explicou que na época não se tinha tanto conhecimento ambiental e, portanto, o despejo era autorizado. “A fazenda se transformou em um passivo ambiental de grandes proporções (...)  A água subterrânea está contaminada nas proximidades. Hoje, a empresa fornece água para a população daquela região porque os níveis de contaminação do lençol freático estão acima dos níveis aceitáveis pela Cetesb (...) Como fica o fornecimento de água [com o fechamento da empresa]? Como fica o passivo ambiental?”, perguntou.

 

O vereador Rodrigo Toloi (DEM) afirmou que caminhões retiram chorume da área da Fazenda Contendas até hoje e, portanto, quer saber se o serviço continuará sendo feito. “Eles vão continuar pagando essa empresa para retirar esse resíduo? Vão continuar arcando com as despesas da população que foi afetada por causa da água contaminada? (...) Temos que cobrar”, discursou.

 

O vereador Mayr (PV) ressaltou que a empresa será responsável para sempre por toda a poluição causada na cidade. “Ela será responsabilizada por todo o dano ao meio ambiente. Com relação à área da fazenda Contendas, ela já está no mapa de risco da Cestesb. Está contaminada e a Rigesa é responsável pela remediação (...) A Prefeitura tem que exigir que a Cetesb faça valer a legislação”, afirmou.

 

 

Reunião

 

A líder do Governo na Câmara, vereadora Dalva Berto (PMDB), marcou uma reunião no dia 14 com o prefeito Orestes Previtale (PMDB) e os demais vereadores para discutir as consequências do fechamento da empresa. Ela afirmou que a intenção também é provocar uma reunião com a WestRock.