Vereadores pedem mobilização popular para barrar reforma da previdência

 

Os vereadores pediram, na sessão desta terça-feira (28), que a população se mobilize para que a reforma da Previdência proposta pelo Governo Federal não seja aprovada sem mudanças em pontos que consideram cruciais. Um grupo de jovens munidos de cartazes contra a reforma lotou o plenário para acompanhar a discussão dos vereadores. Duas moções, sendo uma de repúdio ao Congresso Nacional, foram aprovadas.

 

Aproveitando a presença de grande número de estudantes, o presidente da Câmara, vereador Israel Scupenaro (PMDB), sugeriu que os jovens organizassem abaixo-assinado junto aos vizinhos e à comunidade escolar para que a pressão popular fosse sentida em Brasília. Ele também propôs que as moções contra a reforma fossem encaminhadas a todas as Câmaras Municipais da Região Metropolitana de Campinas. “Geralmente, quando vamos fazer uma reforma, é para ficar melhor, não pior”, afirmou.

 

O vereador Giba (PMDB) ressaltou que a reforma não pode passar do jeito em que está e disse que as mudanças vão acarretar maior empobrecimento à população. “Vai ser jogada na lata do lixo toda a história de conquista do trabalhador”, resumiu.

 

Para o vereador Rodrigo Fagnani Popó (PSDB), a forma como está escrito o texto da reforma previdenciária representa um retrocesso na legislação. Ele também classificou a proposta do Governo como um desrespeito ao trabalhador. “Temos que nos mobilizar de forma ordeira e pacífica para não deixar aprovarem esse projeto no apagar das luzes”, alertou.

 

O vereador Henrique Conti (PV) disse que o Governo Federal “está querendo passar como um trator nas reformas da Previdência” ao não dar espaço para o debate. Ele também afirmou que o objetivo do Governo é acabar com a Previdência Social para obrigar a população a contratar planos de previdência privada que são geridos pelas instituições bancárias. “Por que o Governo não cobra dos grandes bancos o que eles devem para previdência? Quer cobrar do trabalhador?”, questionou.

 

A mesma opinião teve o vereador Alécio Cau (PDT). Em discurso, ele defendeu que as grandes empresas paguem os valores devidos para que a reforma não seja feita à custa do trabalhador. As novas regras de aposentadoria, que também vão afetar os professores, foram criticadas por ele. “Exigir do trabalhador da educação que fique até os 65 anos cuidando de uma sala com 40, 50 alunos é no mínimo desumano”, discursou.

O vereador Kiko Beloni (PSB) destacou que os prejuízos ao trabalhador rural também serão grandes. “O trabalho rural é extremamente desgastante. Ele não tem fim de semana, nem férias. Normalmente começa a trabalhar ainda criança, acompanhando os pais”, disse.

 

A vereadora Dalva Berto (PMDB) ressaltou que os prejuízos não serão só dos professores e dos trabalhadores rurais, mas de toda a população. “Nós vamos ter tempo suficiente para recolher previdência privada? Nós mulheres que temos dupla jornada, tripla jornada, vamos com 65 anos ou mais continuar lutando para ter a sua mísera aposentadoria? (...) Temos que fazer pressão, sim. Falar com nossos deputados e senadores e saber qual a posição deles”, afirmou.