Reclamações em concurso da Guarda Municipal repercutem na Câmara

 

As reclamações em torno do concurso realizado pela Prefeitura para a contratação de guardas municipais repercutiram na sessão desta terça-feira (17). A discussão foi iniciada pelo vereador dr. Orestes Previtale (PMDB), que leu boletim de ocorrência registrado contra a FacMéritus, empresa responsável pela organização do concurso.  O documento lista uma série de supostas irregularidades cometidas no dia da aplicação da prova.

 

Segundo o boletim de ocorrência lido na tribuna, normas de segurança teriam sido desrespeitadas, como o uso de celulares nos banheiros, gabaritos sem identificação do candidato, questões repetidas de outros concursos e a não exigência de apresentação de RG. Também há questionamentos com relação à capacidade da empresa para realizar o concurso. “Embora o site diga que são especializados em pós-graduação, a faculdade não possui cursos, professores e alunos (...) É uma faculdade, mas só possui escritório”, leu o vereador, que destacou que agora vai esperar o desenrolar do processo para ver se de fato houve irregularidade.

 

O vereador Giba (PMDB) disse que foi procurado por candidatos que estão indignados com o concurso. “Fui fiscalizar o CNPJ da empresa e a atividade econômica principal dela é montagem e instalação de sistemas e equipamento de iluminação em sinalização e vias públicas, portos e aeroportos. Tem tudo a ver, né”, ironizou. O vereador defendeu ainda o cancelamento do concurso. “Se não cancelar, a justiça vai cancelar. É uma vergonha”, afirmou.

 

O vereador dr. Moysés Abujadi (PSD) ressaltou que é complicado fazer concurso público hoje no País e que, se houver criminalização, o processo precisa ser suspenso.  “No sistema democrático, todo mundo pode reclamar de tudo. Agora, tem que ver o que está certo e o que está errado, e é o juiz quem vai julgar”, discursou.

 

O vereador Paulo Montero (PSDB) destacou a pequena quantidade de reclamações sobre o concurso, que, segundo ele, foram apenas quatro entre mais de 5.500 inscritos. Ele disse que procurou representantes da Guarda para entender a situação e foi informado que muito do que está sendo dito não é verdade, já que houve sim necessidade de apresentação de RG e havia fiscalização suficiente nas salas. “Todas as escolas tiveram, no mínimo, dois guardas fiscalizando (...) Vamos deixar agora a justiça decidir, mas pelo tanto de inscritos, 5.500, e apenas quatro fazendo boletim de ocorrência, me chama a atenção”, afirmou.

 

A próxima etapa do concurso público para a Guarda Municipal será no domingo, dia 19, com o exame de aptidão física. Serão convocados os 75 primeiros candidatos masculinos e 25 femininos aprovados na prova objetiva.