Mãe da menina Roberta presta depoimento para a Comissão de Saúde da Câmara

 

A mãe da menina Maria Roberta de Jesus Siqueira, que morreu após demora no atendimento médico em Valinhos, foi ouvida pelos vereadores da Comissão de Higiene e Saúde na tarde deste sábado (21/02). Emocionada, Leidiana relatou como a filha de apenas 8 anos foi atendida na UPA – Unidade de Pronto Atendimento – e no Hospital Santa Casa, antes de morrer no hospital da Unicamp, em Campinas.

 

Segundo a mãe, a menina Maria Roberta chegou com fortes dores abdominais na UPA e, em um primeiro momento, foi diagnosticada com virose e recebeu receita médica. Como as dores persistiram, ele foi buscar atendimento na Santa Casa em outro dia, mas não conseguiu consulta com o médico. “A recepcionista me informou que eu teria que levar minha filha na UPA de novo para buscar o encaminhamento”, disse.

 

Como a menina não parava de reclamar de dor, Leidiana afirmou que pagaria pela consulta, se fosse necessário. Mas, de acordo com ela, a internação na Santa Casa foi negada por que seria “um procedimento caro”.

 

Sem outra alternativa, a mãe da menina relatou que foi até a UPA, recebeu atendimento, mas o quadro de saúde da filha piorou. Foi quando uma médica suspeitou que o caso poderia ser apendicite e solicitou transferência para a Santa Casa. Lá, a menina passou por cirurgia e depois foi transferida para Campinas, onde morreu horas depois, no último dia 4 de fevereiro.

 

O presidente da Comissão de Saúde, vereador Giba (PDT), considerou fortes as declarações da mãe e disse que ele e os demais vereadores vão cobrar explicações dos responsáveis. “Sem dúvida, o caso merece acompanhamento (...) Não há como negar que houve falha no sistema de saúde de nossa cidade”, discursou.

 

O vereador dr. Moysés Abujadi (PSD) ressaltou ser importante ter acesso ao laudo de necrópsia para esclarecer os fatos. Ele também destacou que a Santa Casa não pode negar atendimento a pacientes do SUS. “Ela não poderia ter sido mandada para a UPA, isso é omissão de socorro (...) Não é a primeira vez que isso acontece. A Santa  Casa tem convênio com o SUS e não pode mandar paciente doente embora”, frisou.

 

Na última sexta-feira, 20, foi publicada na Imprensa Oficial portaria do prefeito Clayton Machado (PSDB), determinando a abertura de sindicância para apurar os fatos. Foram nomeados quatro servidores para os trabalhos.

 

No depoimento deste sábado, também participaram os vereadores Israel Scupenaro (PMDB), que é o relator da comissão, e o vereador dr. Pedro Damiano (PR).