Vereadores cobram transparência na prestação de contas da Santa Casa

 

Após convite feito pelos vereadores, parte da diretoria do hospital Santa Casa participou da sessão de terça-feira, 25, para dar esclarecimentos sobre a prestação de contas do hospital. A apresentação do provedor em exercício, Celso Beltramini, que durou cerca de 20 minutos, foi questionada pelos vereadores. Os parlamentares cobraram mais transparência na prestação de contas.

 

De acordo com Beltramini, até setembro, a Santa Casa estava com déficit de R$ 4,4 milhões nos atendimentos do SUS – Sistema Único de Saúde - razão pela qual a diretoria defendeu que os repasses feitos pela Prefeitura fossem previstos em contrato. “A Santa Casa não tem interesse em receber novas subvenções, mas quer um contrato para receber pelo serviço prestado”, afirmou o provedor.

 

O vereador dr. Moysés Abujadi (PSD) questionou se apenas o SUS era deficitário na unidade. Segundo ele, pode haver déficit também em outras áreas, como nos convênios particulares e no convênio do próprio hospital. “Precisamos de dados mais detalhados (...) A apresentação que vocês fizeram é excelente tecnicamente, mas não é prática (...) Será que a Prefeitura não está bancando a Santa Casa para subsidiar o plano de saúde do hospital?”, perguntou.

 

Dr. Moysés acrescentou ainda que é preciso mais fiscalização e controle na aplicação dos recursos públicos recebidos pela unidade. “Tem algum fiscal da Prefeitura no hospital para saber quanto foi realmente gasto?”. O vereador também disse que não está satisfeito com o atendimento médico e que não há profissionais da medicina no controle do hospital, o que, segundo ele, garantiria atendimento mais humanizado.

 

Celso Beltramini respondeu aos questionamentos de dr. Moysés dizendo que a “Secretaria da Saúde tem todo o poder para fiscalizar”. Sobre o atendimento médico, ele afirmou que a unidade possui comissão de ética e comissão que avalia os óbitos. No início da apresentação, ele havia mostrado pesquisa que indica 81% de satisfação entre os pacientes que procuram o hospital.

 

Na mesma linha de raciocínio de dr. Moysés, o vereador Paulo Montero (Solidariedade) também levantou questionamentos. Beltramini disse que as contas dos convênios e do plano de saúde Santa Casa são separadas, por isso não constam na planilha enviada aos vereadores.

 

 

Conselho Comunitário de Saúde

 

A criação de um conselho comunitário na Santa Casa para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos foi apontada pelos vereadores como fundamental para garantir a transparência nas contas. O vereador Giba (PDT), que já participou do Conselho Municipal da Saúde, disse que lutou pela regulamentação dos conselhos, mas que na época houve um impasse sobre de quem seria a responsabilidade pela regulamentação. “Não me sinto à vontade em votar novas subvenções à Santa Casa enquanto o conselho não for criado”, discursou.

 

Celso Beltramini explicou que o estatuto do hospital foi atualizado e prevê a constituição do conselho comunitário na Santa Casa. “A nossa parte está feita. Agora precisamos saber quem vai regulamentar. Estamos à disposição para o que for preciso”, afirmou.

 

 

Comissão de Saúde

 

No final da apresentação da diretoria da Santa Casa e dos questionamentos dos vereadores, o presidente da Câmara, vereador Lorival Messias (PROS), sugeriu que a Comissão de Higiene e Saúde da Câmara se reunisse para tratar da fiscalização das contas e dos atendimentos da Santa Casa, além de discutir outros possíveis problemas relacionados à Saúde. “É papel do vereador e da comissão fazer esse trabalho”, disse.

 

A Comissão é formada pelos vereadores Kiko Beloni (PSDB), Tunico (PMDB), César Rocha (PV), Giba (PDT) e dr. Orestes (Solidariedade).